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OPINIÃO: Propaganda enganosa

Quando Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica incandescente, os primeiros exemplares na produção industrial tinham a durabilidade de 5 mil horas. Com o passar dos anos, a indústria foi diminuindo a durabilidade das lâmpadas até que os últimos "bicos de luz" tinham durabilidade programada para 500 horas somente. Isso se deveu a interesses de maiores lucros, pois a reposição se tornou muito frequente e as prateleiras dos mercados apresentavam grandes espaços com as mais variadas marcas.

Com a substituição progressiva das lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes e, agora, pelas "led", as incandescentes praticamente desapareceram. Eram baratas, mas gastavam muita energia e foram substituídas por lâmpadas mais econômicas, porém bem mais caras. A geração de "leds" promete durabilidade de 5 mil horas de luz e, algumas, até 17 anos de funcionamento...

Isso fez com que a reposição se fizesse mais demorada e a cupidez industrial, na intenção de aumentar os lucros, começou a reprogramar a durabilidade: é a tal de "obsolescência programada", recurso usado por um sem número de indústrias para aumentar as vendas de seus produtos. Aí, entra a propaganda enganosa, pois essas lâmpadas caríssimas continuam a fazer as mesmas promessas, mas a durabilidade vem decrescendo. Prometem repor as que "queimarem" antes do prazo, mas criam dificuldades intransponíveis para cumprir. Na maioria dos supermercados e lojas especializadas já não fazem mais a marcação de mês e ano de duração garantida, que deveria vir impressa na própria lâmpada. Algumas marcas nem trazem mais essa possibilidade de impressão.

Exigem que seja apresentada a embalagem original e a nota de compra... o que cria situação dificílima para o consumidor. Isso é matéria para o Ministério Público investigar, pois a propaganda enganosa é crime previsto pelo Código do Consumidor. Agora estamos chegando no período de propaganda eleitoral e os candidatos virão, novamente, com suas cantilenas de enganação. É preciso que o eleitor esteja atento para isso. Quem pode prometer "fazer" são os governadores estaduais e o presidente da República. Qualquer um que for eleito dependerá do Congresso para discutir e votar seus projetos.

Aos legisladores não é permitido apresentar projetos que impliquem em gastos não previstos no orçamento. Portanto, cuidem! As promessas enganosas virão e aqueles que tiverem a desfaçatez de prometer o que não poderão cumprir devem receber nosso repúdio. Aos candidatos à representação legislativa, caberá prometer discutir e aprovar os projetos de lei enviados pelo Executivo no cumprimento de seu plano de governo. As decisões deverão ser tomadas com a visão de favorecer o progresso da nação e não negociadas de acordo com o interesse de partidos e, muito menos, em atenção a interesses individuais. Sei que estou a dizer o óbvio, mas a realidade atual, infelizmente, contradiz em tudo.

Na renovação do Congresso Nacional estará o futuro da nação. Cabe ao eleitor escolher seu representante: tarefa dificílima pela educação deficiente que recebemos e pelo Código Eleitoral vigente. Os meios eletrônicos estarão cheios de informações contraditórias, enganosas e mentirosas. Teremos que navegar nesse oceano de lama para filtrarmos a verdade. Somente ela nos libertará!

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